Durante o bispado de Dom Adriano Mandarino Hypólito (1966-1994), a Cúria Diocesana de Nova Iguaçu se constituiu num dos principais polos progressistas da Igreja Católica brasileira.
A Diocese deu um apoio fundamental aos movimentos sociais da Baixada Fluminense durante a Ditadura Militar e a Redemocratização.
Isso gerou reações violentas de grupos de extrema-direita. Dom Adriano chegou a ser sequestrado, igrejas foram pichadas e uma bomba foi colocada na Catedral de Nova Iguaçu.
A Cúria mantém o mais importante arquivo histórico da Baixada Fluminense, sob responsabilidade do historiador Antonio Lacerda.
Em 2015, o Bispo Dom Luciano Bergamini e o Diretor do Instituto Multidisciplinar da UFRRJ, Alexandre Fortes assinaram termo de cooperação técnica que autorizou o Centro de Documentação Histórica (CEDIM) a digitalizar e disponibilizar as coleções integrantes do acervo da Diocese, de alta relevância para a pesquisa histórica.
O resultado dessa primeira etapa de trabalho está disponibilizada no Repositório Institucional RIMA (http://rima.ufrrj.br:8080/jspui/handle/1235813/3).
Atualmente, este trabalho está tendo continuidade com apoio do Modern Endangered Archives Program, financiado pela fundação Arcadia e gerenciado pela biblioteca da University of California - Los Angeles (UCLA), que também disponibilizará o material.
O projeto inclui, além da digitalização novos materiais, a revisão técnica do material já digitalizado (geração de arquivos em alta definição e catalogação bilíngue).
O acervo contém número expressivo de documentos, datados majoritariamente da década de 1960 em diante, relativos tanto às atividades eclesiais quanto às lutas sociais características de uma região com quatro milhões de habitantes marcada por extrema desigualdade e precariedade de condições de vida.
Trata-se de um patrimônio fundamental para a história e a memória da Baixada Fluminense, assim como para pesquisadores interessados em temas como Direitos Humanos, Movimentos Sociais, Resistência ao Autoritarismo e Teologia da Libertação.