Resumos - "Mídias e Disputas Ideológicas"
Paula Martinez Almudevar, Escuela Interdisciplinaria de Altos Estudios Sociales - Universidad Nacional de San Martín
“Las fiestas del arte y la democracia”. Conexiones artístico-políticas en el mundo de la radio porteña durante la Segunda Guerra Mundial
Este trabajo tiene el propósito de analizar la circulación de artistas –principalmente de las radios porteñas—por diversos festivales proaliados y antifascistas que se realizaron entre 1941 y 1945 en la ciudad de Buenos Aires, indagando las transformaciones en sus experiencias laborales y en la ampliación de su sociabilidad política.
Si bien la historiografía que analizó el accionar político de diferentes artistas en ese periodo se ha centrado, ante todo, en las y los artistas que formaban parte del mundo cultural de las izquierdas, algunas pesquisas de reciente publicación han hecho un aporte al evidenciar cómo se transformaron las experiencias de trabajo y las expresiones políticas de las y los artistas que trabajaban en la cultura de masas –específicamente en las emisoras de la ciudad de Buenos Aires—con la llegada de artistas europeos que, escapando de los conflictos políticos en sus países, encontraban trabajo en las radios de la ciudad. Fueron todos ellos quienes impulsaron iniciativas artísticas solidarias para con los “pueblos agredidos por el nazifascismo” entre 1939 y 1941. Sin embargo, entre 1941 y 1945, son reiteradas las participaciones de artistas como Libertad Lamarque, Fernando Ochoa, Carlos Taquini, y Berta Singerman, en festivales artísticos promocionados y organizados por el Partido Comunista. Todos ellos no solo fueron claves en los procesos de organización de los diferentes gremios de trabajadores radiales que tuvieron sus comienzos en 1939, también tenían amplias trayectorias artísticas circunscriptas a los entretenimientos de la cultura de masas y habían realizado giras por Estados Unidos, diversos países de América Latina y Europa.
En ese sentido, se abordará el periódico comunista La Hora y las revistas de espectáculo Antena y Radiolandia con la intención de analizar la participación de artistas de radio en los festivales vinculados al antifascismo atendiendo al lugar que estos eventos ocupaban para la promoción de conexiones y circulaciones entre artistas provenientes de otros países. Asimismo, se propone indagar en la configuración de una particular forma de expresión política de estos sujetos a partir de sus experiencias como trabajadores, sus intercambios y encuentros con artistas de otras latitudes y su participación en los festivales vinculados al antifascismo. Por último, se propone recuperar, a partir de las propias palabras de los sujetos estudiados, las formas en las que ellos describían sus posiciones frente al conflicto bélico europeo, los problemas laborales que el mismo había suscitado tanto en las radios porteñas como en las de otros países, y cómo esa específica experiencia política y laboral se traducía en una particular manera de entender el derrotero de la política local.
En otras palabras, este trabajo tiene el interés de abordar las conexiones existentes entre la especificidad de la experiencia laboral artística en las emisoras porteñas durante el contexto de la Segunda Guerra Mundial y el impacto de ello en la configuración de una sociabilidad política más amplia entre las y los artistas de la radio de diferentes latitudes que responde a las dinámicas propias de la experiencia laboral de estos artistas en la cultura de masas.
Ana Mauad (Universidade Federal Fluminense)
Imagens em guerra: fotografia e política no Brasil durante a Segunda Guerra Mundial
Em 1939, no início da Segunda Guerra Mundial, o não-alinhamento do Brasil liderado por Vargas, sob o Estado Novo, provocou uma guerra de
imagens. O conflito ideológico entre democracia e fascismo foi expresso em fotografias que também capturaram as transformações sociais e
culturais, traçando visões divergentes sobre o que deveria ser o Brasil no cenário do hemisfério ocidental. Esta apresentação analisa dois lados
dessa guerra de imagens: de um lado, o país ordenado, branco e masculino, retratado nas fotografias do Ministério da Educação e Saúde
(MES), produzidas por fotógrafos refugiados alemães contratados pelo governo para criar o monumental álbum de propaganda chamado Obra
Getuliana"; de outro lado, um país alegre, místico e plural, registrado pelas lentes de fotógrafos da imprensa dos Estados Unidos, como os
correspondentes da revista Life, e alguns outros contratados pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos, entre eles, a fotógrafa Genevieve Naylor. Designada pelo Escritório de Assuntos Interamericanos, sua missão era retratar o Brasil como um bom vizinho e persuadir o público americano de que o cotidiano dos brasileiros se assemelhava mais ao liberal American way of life do que à rígida disciplina do fascismo. O que estava em jogo na guerra de imagens era o projeto de país que se definiria no pós-guerra.
Helton Costa, Grupo de pesquisa em História da Casa do Expedicionário – GPHCEx
As boas notícias sobre o Brasil: correspondentes de guerra estrangeiros junto à Força Expedicionária Brasileira – FEB (1944-1945)
Este trabalho tem como objetivo apresentar o perfil do correspondente inglês Francis Hallawell e dos jornalistas americanos Frank Norall, Henry Bagley e Allan Fisher, que cobriram a participação brasileira na Segunda Guerra Mundial, no front do norte da Itália, entre 1944 e 1945, como correspondentes fixos. Parte-se da hipótese de que tanto os ingleses quanto os estadunidenses enviaram seus melhores repórteres, com conhecimento do idioma e da cultura brasileira, dentro de uma política de boa vizinhança, como forma de fortalecer as relações político-militares entre as nações, como meio de aproximação com o público brasileiro e como meio de controle de informações sobre o maior aliado sul-americano. Para a investigação foram utilizadas fontes primárias e secundárias, dispostas em bibliografias e documentos oficiais, além de dados biográficos dispostos em plataformas de genealogia.
Francis foi correspondente enviado pela British Broadcasting Corporation – BBC, era brasileiro de nascimento, mas, tinha cidadania britânica por ascendência. Foi apelidado carinhosamente pelos soldados e colegas de profissão, como Chico da BBC. Frank e Allan eram credenciados junto à Coordenação de Assuntos Interamericanos, tinham passagem pelo Brasil por conta de compromissos profissionais e foram chamados justamente pela experiência que haviam acumulado durante a estadia em solo nacional. Por sua vez, Henry era da Associated Press e desde jovem fora um aluno destacado no curso de Jornalismo que frequentara. Havia morado no Rio de Janeiro e ocupado o posto de chefe de redação da própria Associated Press no final da década de 30.
Todos dominavam o idioma português, conheciam bastante da cultura das regiões do Brasil e quando o Brasil declarou guerra à Itália e à Alemanha, foram lembrados pelos órgãos de comunicação do qual faziam parte, como peças importantes dentro do tabuleiro político que a entrada do maior país da América do Sul representava. Com exceção de Frank Norall, que quando a Força Expedicionária Brasileira – FEB chegou no front italiano já estava naquele território, cobrindo 34ª Divisão de Infantaria norte-americana, todos os outros foram destacados ou realocados das funções que exerciam, para fazer a cobertura in loco das ações dos pracinhas.
Quanto ao relacionamento com os correspondentes brasileiros, todos se davam bem, e principalmente Allan Fisher e Henry Bagley se tornaram bem próximos de Joel Silveira e Rubem Braga.
A redação deste trabalho traz ainda o desenrolar do pós-guerra para os correspondentes, até o falecimento dos mesmos, percorrendo, portanto, a trajetória completa de cada um deles. Adianta-se que os americanos continuaram jornalistas, enquanto Francis Hallawell optou por abandonar a carreira e tornar-se representante comercial.